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Moradora denuncia queimadas criminosas e relata demora do Corpo de Bombeiros na Estrada da Jueirana, em SAJ

 

Imagem: divulgação/ Bombeiros da Bahia

Uma moradora da Estrada da Jueirana, no bairro São Paulo, em Santo Antônio de Jesus, denunciou ao Blog do Valente e também ao Ministério Público uma série de queimadas criminosas recorrentes na localidade, além de suposta omissão no atendimento por parte do Corpo de Bombeiros. Segundo o relato, os episódios têm causado prejuízos materiais, riscos à saúde, abalo emocional e ameaça direta à vida de moradores.

De acordo com a denúncia formal, o caso mais recente ocorreu no domingo (14) em um dia marcado pela falta de abastecimento de água em diversos bairros do município. A Embasa informou que a interrupção foi pontual e causada por falhas no fornecimento de energia elétrica da Neoenergia Coelba, o que teria agravado a vulnerabilidade da população em meio ao calor intenso.

Ainda conforme a moradora, um incêndio foi iniciado em um quintal vizinho, supostamente para a queima de vegetação. A denunciante evita apontar diretamente um responsável, por não haver confirmação técnica sobre a origem exata do foco inicial. No entanto, destaca que atear fogo em área residencial, em um dia sem água e sob altas temperaturas, “não pode ser tratado como um ato isolado”, mas como resultado de uma prática recorrente e da sensação de impunidade.

O relato aponta que queimadas são frequentes na Estrada da Jueirana e que, apesar das reclamações dos moradores, não haveria investigações efetivas, punições ou ações preventivas por parte do poder público. A denunciante afirma que a população se sente desamparada diante da repetição de um crime ambiental que coloca vidas em risco.

Entre os prejuízos materiais relatados estão a destruição total de um galinheiro, avaliado em cerca de R$ 5 mil, a morte de um galo estimado em R$ 150, a queima da cerca da propriedade e a perda de um pé de bananeira, além de outros danos no quintal. “Quem irá custear esses danos?”, questiona a moradora, ao relatar que arca sozinha com as consequências da situação.

Além das perdas financeiras, a denunciante destaca os danos à saúde. Ela afirma estar em período de repouso médico após ter sido submetida a um transplante de córnea no olho esquerdo. Mesmo assim, diz que foi obrigada a interromper o resguardo para tentar conter as chamas, diante da ausência de atendimento emergencial.

Segundo o relato, foram feitas quatro ligações para o número 193, informando que se tratava de incêndio em área residencial, que o quintal estava em chamas, que ela estava sozinha no imóvel e em condição de vulnerabilidade pós-cirúrgica. A moradora afirma possuir registros das chamadas, com datas, horários e duração, que comprovariam as tentativas de contato.

Um vídeo gravado por um vizinho, anexado à denúncia, mostra que o Corpo de Bombeiros teria demorado mais de 45 minutos para chegar ao local, enquanto o incêndio seguia ativo próximo a residências. Ainda assim, segundo a moradora, não houve atendimento efetivo durante a madrugada do dia 14 para o dia 15.

A situação teria se agravado nos dias seguintes. Conforme a denúncia, o Corpo de Bombeiros não retornou ao local ao longo do dia 15 para verificação ou rescaldo, o que teria permitido que o fogo reacendesse durante a madrugada seguinte, destruindo completamente o galinheiro que a moradora acreditava ter conseguido salvar.

Desde então, ela relata que o fogo volta a ganhar intensidade durante as madrugadas, provocando fumaça constante, medo e noites sem dormir. “Vivo sob o medo de adormecer e morrer queimada”, afirma. Registros audiovisuais anexados à denúncia indicariam que, até o dia 17 de dezembro, ainda havia fumaça e focos ativos no local.

Diante do cenário, a moradora cobra respostas das autoridades e questiona a ausência de atuação efetiva do poder público, de investigações e de responsabilização dos autores. Enquanto isso, segundo ela, moradores da Estrada da Jueirana seguem convivendo com o medo, os prejuízos e a sensação de abandono institucional.Por  / 

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