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Casos de malária caem 26,8% no Brasil no primeiro trimestre de 2025, aponta Ministério da Saúde

 O Brasil registrou uma queda significativa nos casos de malária entre janeiro e março de 2025. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (25) pelo Ministério da Saúde, foram contabilizados 25.473 casos da doença, o que representa uma redução de 26,8% em comparação ao mesmo período de 2024, quando houve 34.807 registros.

Foto: Alex Pazuello/Secom   Além da queda nos casos, o número de óbitos por malária também apresentou retração. O balanço mostra 43 mortes nos primeiros três meses deste ano, frente às 63 registradas no mesmo intervalo do ano anterior, representando uma redução de 27%.

O levantamento do Ministério da Saúde também destaca que três das cinco áreas especiais de vigilância apresentaram redução nos registros da doença. Em áreas de garimpo, os casos caíram 27,5%, e em assentamentos, a queda foi de 11%.

“A separação por áreas é uma estratégia de acompanhamento dos casos, uma vez que a malária é uma doença determinada socialmente, ou seja, que afeta mais pessoas em áreas de maior vulnerabilidade social”, informou o ministério.

A região amazônica continua sendo o principal foco da malária no país, concentrando 99% dos casos registrados. Os estados mais afetados são Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Durante evento realizado na Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reafirmou o compromisso do governo com a eliminação da malária e destacou o papel das novas tecnologias no enfrentamento da doença.

“Treinamos quase 3 mil profissionais, tratamos mais de 7 mil pessoas, e a meta é ampliar o acesso em todo o país até 2026”, afirmou Padilha.

Entre as medidas de inovação está o uso da tafenoquina, um antimalárico de dose única considerado inovador. O medicamento é utilizado no tratamento da malária causada pelo Plasmodium vivax, responsável por mais de 80% dos casos da doença neste ano.

O uso da tafenoquina já foi implantado em 49 municípios de seis estados — Amazonas, Roraima, Pará, Rondônia, Amapá e Acre — além de nove Distritos Sanitários Indígenas (DSEi). A expectativa do governo é de que o medicamento seja disponibilizado na região extra-amazônica em maio e em duas áreas do Mato Grosso em junho.

Também está em fase de avaliação uma versão pediátrica da tafenoquina, cuja incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) recebeu parecer inicial favorável da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS). “A recomendação inicial vai à consulta pública nos próximos dias e retorna para a análise final da comissão”, informou o ministério.

O ministro Padilha alertou ainda para a necessidade de reforçar a vigilância epidemiológica em regiões fora da Amazônia, onde a letalidade da doença é maior, mesmo com um número absoluto menor de casos.

“Embora o número de casos seja menor fora da região amazônica, a letalidade é mais alta. Por isso, vamos implementar um sistema de vigilância específico para os estados com registros fora da Amazônia. É preciso criar alertas e ações direcionadas para esses territórios”, concluiu.

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