A Polícia Rodoviária Federal (PRF) se prepara para a compra de suas primeiras câmeras corporais, que devem ser adquiridas no início de 2025. A medida vem três anos após a morte de Genivaldo Santos, que foi sufocado dentro de uma viatura por policiais da PRF, em um episódio que gerou indignação e intensificou o debate sobre o uso de força excessiva por parte das autoridades. Em 2023, a PRF já havia começado a utilizar 200 câmeras doadas pelos Estados Unidos, com objetivo de melhorar a transparência e reduzir abusos durante abordagens.
O uso de câmeras corporais é considerado uma estratégia para diminuir práticas violentas durante as abordagens policiais. Na tragédia envolvendo Genivaldo, em 2022, no município de Umbaúba, em Sergipe, a PRF alegou falsamente que a vítima havia resistido à abordagem. No entanto, o crime foi registrado por testemunhas e as imagens do caso rapidamente se espalharam nas redes sociais e emissoras. O Ministério Público Federal, em resposta à indignação pública, recomendou a adoção de câmeras pelos agentes da PRF.
De acordo com o Metrópolis, a iniciativa de expandir o uso de câmeras corporais foi reforçada pelas recomendações do Ministério da Justiça, que determinou que os estados que aderirem à medida terão acesso aos fundos de segurança pública. Esta ação objetiva prevenir de abusos, ao mesmo tempo em que garante mais segurança tanto para os agentes quanto para a população durante as operações de fiscalização.
Em uma decisão recente, a Justiça Federal condenou a União a pagar uma indenização de R$ 1 milhão à família de Genivaldo Santos, como forma de reparação pelo ocorrido. Além disso, o diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Oliveira, emitiu um pedido formal de desculpas aos familiares, reconhecendo a gravidade do incidente e o impacto de sua morte na imagem da corporação.
O investimento em câmeras corporais pela PRF marca um passo importante para a mudança de práticas dentro da instituição, com o objetivo de aumentar a responsabilidade dos policiais em suas ações, além de prevenir futuros abusos e garantir a confiança da sociedade.Por Daniela Costa /
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