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Especialista em direito marítimo questiona viabilidade da ponte Salvador-Itaparica

 O advogado baiano Zilan Costa e Silva, especializado em Direito Marítimo e Internacional, levantou preocupações sobre a construção da ponte Salvador-Itaparica. Em entrevista à TV Aratu, ele destacou principalmente os impactos ambientais e financeiros do projeto.

Foto: Divulgação “Veja, eu não sou intrinsecamente contra a construção da ponte. A ponte pode ser um objeto, um equipamento social e urbano muito importante para o desenvolvimento econômico. Eu estou preocupado com outras coisas, como por exemplo: o impacto ambiental. Estou interessado, também, em saber do custo na operação do Porto de Salvador”, afirmou Costa e Silva, em entrevista à TV Aratu.

Ele questionou a viabilidade operacional da ponte, especialmente se não alcançar a movimentação projetada.

 “Eu quero saber se esses aspectos foram considerados. O principal deles é o custo da ponte. A ponte foi lançada em R$ 7 bilhões, R$ 8 bilhões, R$ 9 bilhões. Agora, parece que está em R$ 13 bilhões. E se não tiver a movimentação que está projetada, o que nós vamos fazer? Nós é que vamos pagar o débito dessa ponte?”.

Recentemente, um acidente nos Estados Unidos ilustrou como uma construção mal planejada pode prejudicar economicamente uma cidade inteira. Uma ponte desmoronou, em março deste ano, após ser atingida por um navio cargueiro na cidade de Baltimore, em Maryland. O acidente foi flagrado por câmeras de monitoramento. Zilan questiona se todos estes detalhes foram devidamente analisados durante o processo da obra, uma das maiores da história da Bahia.

O advogado alerta para o risco de um impacto financeiro negativo para o Estado da Bahia, enfatizando a necessidade de um levantamento detalhado sobre os efeitos da ponte na operação portuária.

“Porque o porto é de extrema importância para o desenvolvimento e a manutenção econômica do Estado da Bahia. Será que isso vai afetar? Será que, com a ponte, não vão aumentar os custos operacionais do Porto da Bahia e isso vai impactar negativamente?”

Ele destacou a importância histórica e econômica do porto para Salvador, cujo desenvolvimento sempre esteve vinculado à atividade portuária.

 “Salvador é uma cidade que existe em razão do porto. É uma cidade cujo nascimento e desenvolvimento se deveu através do porto. Então, o porto é muito importante para Salvador desde as suas origens.”

O advogado levanta questões sobre o impacto operacional que a obra pode ter, como o aumento no uso de práticos e rebocadores devido à proximidade da bacia de manobra com a ponte, aumentando os custos operacionais.

“Isso é uma suspeita minha, que eu gostaria de ver respondida.”

Além das preocupações financeiras e operacionais, ele também aponta os possíveis impactos ambientais da construção na Baía de Todos-os-Santos.

“A colocação das estacas e das estruturas da ponte vai mudar o fluxo das marés, a movimentação das areias, e é claro que isso tudo tem um determinado impacto. Eu imagino que isso já tenha sido estudado.”

O especialista reforça, ainda, a necessidade de uma análise mais aprofundada sobre a viabilidade e os custos do projeto, sugerindo que soluções mais baratas poderiam ser consideradas.

“Agora, obviamente, a minha maior questão em relação à ponte é a questão do seu custo e sua viabilidade, porque outras soluções mais baratas podem ser possíveis também.”

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