Remédios ficarão mais caros a partir de 1º de abril. A Câmara de Regulamentação do Mercado de Medicamentos (Cmed) planeja divulgar uma nova tabela de preços nesta semana, com validade a partir de 1º de abril. Segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), prevê-se um aumento de pelo menos 10%.
Esse ajuste está em conformidade com os índices inflacionários e é calculado anualmente pela Cmed. De acordo com dados do IBGE, os custos dos alimentos (23,15%) e dos transportes (22,28%) aumentaram significativamente mais nos últimos dois anos do que os medicamentos.
No ano passado, os preços dos medicamentos aumentaram abaixo da inflação, registrando 6,17% em comparação com os 10,06% acumulados pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA). Em 2020, durante o início da pandemia de covid-19, os preços dos produtos chegaram a registrar uma queda (-2,28%). Para 2022, a projeção mínima de reajuste é baseada no IPCA, que atingiu 10,89%.
Segundo Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma, “os medicamentos têm um dos comportamentos de preço mais previsíveis e estáveis na economia brasileira”. Ele aponta que os impostos representam até 32% do preço final pago pelo consumidor e que outros fatores, como os valores de reembolso baixos para medicamentos oferecidos gratuitamente pelo Programa Aqui Tem Farmácia Popular, contribuem para a estabilidade dos preços.
Mussolini enfatiza a importância de os consumidores pesquisarem nas farmácias e drogarias para encontrar as melhores ofertas. Ele explica que os aumentos de preço podem levar meses para serem aplicados, dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais das lojas.
A Sindusfarma destaca que as empresas só podem aumentar o preço máximo ao consumidor (PMC) de seus produtos com autorização do governo, e que esse aumento pode ocorrer apenas uma vez por ano, incorporando os aumentos de custos de produção acumulados nos 12 meses anteriores.
Além disso, a entidade aponta que o dólar teve um aumento de quase 40% nos últimos dois anos, enquanto os custos com frete, seguros e embalagens, considerando a moeda norte-americana, também aumentaram. Apesar disso, a inflação geral no mesmo período foi de 78,91%, enquanto os preços dos medicamentos variaram menos, cerca de 56%, de acordo com o IPCA. Por Ana Almeida /
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