Após o Bahia desistir de renovar com o meia-atacante Daniel Cruz, o empresário explicou a situação e o motivo das partes não quererem seguir com o contrato. Em entrevista ao programa BN na Bola, da rádio Salvador FM 92.3, apresentado por Emídio Pinto, Ulisses Gama e Glauber Guerra, Marcelo Pacheco, responsável pela carreira do atleta, contou os sobre as divergências de interesses, principalmente em relação aos pagamentos do jogador, que resultaram no desacordo.
“Um contrato tem vários pontos a serem discutidos. Discutimos as bases salariais para esses dois anos iniciais e mais o terceiro ano como opção do clube. E, quando foi me apresentada essa proposta, veio junto, o que é natural, a ideia de projeção salarial do jogador. Aceitamos um contrato base, que jogador teria um bom desempenho ou não, e isso nós seguimos rigorosamente as diretrizes do clube”, explicou o empresário.
“Mas essa projeção limita que, se o jogador tiver um bom desempenho e virar titular, ele terá um teto salarial de R$ 25 mil. Acho que não é produtivo aceitar, porque depois o clube vai contratar um jogador que, com todo respeito, vai ser recusado em São Paulo, Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul, e o clube vai pagar 200, 300 ou 400 mil reais”, completou.
“Um atleta formado no clube, atingindo as metas sendo titular, com um salário de R$ 25 mil e isso com metas extremamente difíceis de atingir”, pontuou Marcelo Pacheco.
Além de não concordar com os objetivos que o Bahia esperava do jogador e os pagamentos que seriam oferecidos caso isso acontecesse, o empresário do meia contou ainda que o clube vem descumprindo partes de suas responsabilidades com o atleta.
“O clube deixou de pagar durante sete meses o FGTS de Daniel, deixou de pagar o INSS e, não satisfeitos, vieram pagar o décimo terceiro salário no dia 16 de março, o que deveria ter ocorrido até dezembro”, relatou. Ainda segundo Marcelo Pacheco, os pagamentos atrasados não foram acordados com o jogador.
“Desde os 14 anos, [Daniel] nunca trouxe problema para o Bahia. O clube está usando-se de força desproporcional, forçando o atleta a aceitar um acordo que é bilateral, mas em termos que privilegiam só o clube”, protestou.
Em processo de tentativa de conseguir a rescisão contratual, o empresário do atleta diz acreditar que conseguirá isso ainda que a situação seja novamente levada à Justiça. Esta seria a segunda tentativa do empresário, já que a primeira foi indeferida.
“Os direitos do atleta estão previstos na lei e acredito no judiciário”, declarou Marcelo Pacheco. Na entrevista, ele admitiu ainda que recebeu uma ligação de Júnior Chávare, diretor de futebol do Bahia, mas que ainda não tiveram a chance de discutir melhor sobre a situação.
Com Daniel despertando interesse de outros clubes, o empresário contou que propostas estão aparecendo.
“Os clubes grandes não querem entrar na briga, (…) por questão de ética não entrar numa disputa e preferem aguardar a tramitação da situação”,
Ele cita que Vasco, Santos, Athletico Paranaense foram alguns dos clubes que entraram em contato diretamente com o Bahia e que São Paulo, Santos, Fluminense e Grêmio são outros que estariam interessados em negociar após a resolução da rescisão.
“Daniel está apenas no início da carreira e nós não estamos encerrando a carreira do atleta. Estamos empenhando todos os esforços para que ele tenha uma carreira digna daquilo que ele tem apresentado”, finalizou o empresário do jogador.
Daniel Cruz tem seu contrato com o Bahia válido até junho e segue treinando com o time sub-20. (BN)
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